segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

A URBANIZAÇÃO EM QUESTÃO

Jaime Oliva
A urbanização pode ser vista como uma verdadeira revolução geográfica considerando o processo histórico em geral. Revolução geográfica quer dizer revolução social, pois é essa a nova abordagem da Geografia. Mudanças geográficas são mudanças sociais, visto que o espaço pode ser tido como uma das dimensões da sociedade tanto quanto a economia, a cultura, o tempo, a política. Assim, dispensa-se o pleonasmo renitente exemplificado na expressão "relações sócio-espaciais".
Todas as relações no espaço (entendido como produção humana) são relações sociais, assim como as relações econômicas (e não é preciso dizer "relações sócio-econômicas"). Ora, o gigantesco processo de urbanização ocorrido na era da modernidade (logo, é recente na história da humanidade), colocou em contato, exercendo novas relações, grupos humanos até então dispersos. Esse fenômeno pode ser visto como uma revolução porque o que se produz no interior dessas novas relações é a própria essência da modernidade.
No entanto, o processo de urbanização não é costumeiramente visto (inclusive pelos próprios geógrafos) como parte integrante e operante na construção do mundo moderno. É visto ainda como uma externalidade, por vezes, inclusive, indesejável. A cidade grande seria o caos (uma anomalia) e não uma das construtoras essenciais da realidade contemporânea que somos. Desse modo, a urbanização permanece como um objeto ainda pouco assimilado em nossas análises (inclusive na Geografia que ainda possui em seus estudos um predomínio das escalas regionais, dos fenômenos agrário, da geografia física etc).
No link abaixo, produto de uma vídeo conferência realizada na Secretraria da Educação do Estado de São Paulo, apresentamos alguns slides sobre a urbanização que orientaram a exposição e que acreditamos, ajudam na procura de novas abordagens sobre o urbano.

Nenhum comentário: