Jaime Oliva
(O texto a seguir é uma proposição de aula e dinâmica sobre a relação biodiversidade e geografia)
OBJETIVOS:
1. Compartilhar o repertório de ciências para que todos tenham sob controle o conceito de biodiversidade e sua importância para a dinâmica natural (para a integridade dos ecossistemas)
Enfatizar a associação existente entre as condições geográficas e a dinâmica da biodiversidade
2. Tratar o tema de modo gradual, por meio de planos de discussão, partindo de elementos mais simples e teóricos até a aplicação desses elementos em aspectos práticos e atuais da realidade.
PLANOS DE DISCUSSÃO
1. os níveis de definição da biodiversidade
2. a biodiversidade e as condições do meio ambiente
PRIMEIRO PLANO (os níveis de definição da biodiversidade): definir a biodiversidade não parece ser o mais difícil. Tendo como referência uma referência fundamental que é a espécie chega-se aos vários níveis de definição. O que parece fundamental é explicar como a biodiversidade surge e sua importância para a manutenção da própria vida. Eis, então, uma questão interessante: por que surgem espécies diferentes ou como se dá em traços gerais o processo de especiação? O quanto e como esse processo de surgimento de espécies está vinculado às condições ambientais (pelas relações que se dão no plano da ecologia)? Sabemos, por exemplo, que os maiores organismos da Biosfera - a vegetação de grande porte e a megafauna - têm sua origem e sua existência dependente de condições anteriores de diversidade biológica. Podemos, então, afirmar que a própria biodiversidade é condição para a geração e a manutenção de formas de vida? A importância da biodiversidade para a manutenção da integridade dos ecossistemas já não seria suficiente para valorizarmos sua conservação, ou esse valor deve estar necessariamente vinculado à utilidade direta e imediata que a biodiversidade teria para a economia humana?
Enfatizar a associação existente entre as condições geográficas e a dinâmica da biodiversidade
2. Tratar o tema de modo gradual, por meio de planos de discussão, partindo de elementos mais simples e teóricos até a aplicação desses elementos em aspectos práticos e atuais da realidade.
PLANOS DE DISCUSSÃO
1. os níveis de definição da biodiversidade
2. a biodiversidade e as condições do meio ambiente
PRIMEIRO PLANO (os níveis de definição da biodiversidade): definir a biodiversidade não parece ser o mais difícil. Tendo como referência uma referência fundamental que é a espécie chega-se aos vários níveis de definição. O que parece fundamental é explicar como a biodiversidade surge e sua importância para a manutenção da própria vida. Eis, então, uma questão interessante: por que surgem espécies diferentes ou como se dá em traços gerais o processo de especiação? O quanto e como esse processo de surgimento de espécies está vinculado às condições ambientais (pelas relações que se dão no plano da ecologia)? Sabemos, por exemplo, que os maiores organismos da Biosfera - a vegetação de grande porte e a megafauna - têm sua origem e sua existência dependente de condições anteriores de diversidade biológica. Podemos, então, afirmar que a própria biodiversidade é condição para a geração e a manutenção de formas de vida? A importância da biodiversidade para a manutenção da integridade dos ecossistemas já não seria suficiente para valorizarmos sua conservação, ou esse valor deve estar necessariamente vinculado à utilidade direta e imediata que a biodiversidade teria para a economia humana?
Ao nos referirmos à diversidade biológica (ou biodiversidade) estamos dizendo muito mais do que diversidade de espécies. Há dois níveis básicos de diversidade da vida: variações genéticas em uma mesma espécie e diferenças entre espécies. Mas, estes dois níveis não definem completamente o que é biodiversidade. Ao manifestar-se na natureza (no meio-ambiente) as espécies combinam-se com outras espécies exigindo classificações não só sobre grupos de espécies, mas também sobre os ambientes físicos que criam - ecossistemas, habitats, biomas etc. No que se refere ao meio-ambiente os níveis de definição são exigidos pelas diferenças de escala geográfico-espacial. Assim, a definição de diversidade biológica deve contemplar estes dois aspectos do fenômeno, a saber: a biodiversidade em si e o resultado da biodiversidade no meio-ambiente.
As relações entre esses diversos níveis de definição da biodiversidade são extremamente complexas. É impossível intervir num nível sem afetar os outros. Portanto, é necessário agir em todos os níveis mencionados para conservar-se a biodiversidade. Cada espécie é parte de um ecossistema. Eliminá-la é provocar mudanças em outras espécies, aumentando as populações de uma, reduzindo ou até extinguindo outras, correndo o risco de colocar todo o conjunto maior numa espiral descendente. Graças a alguns estudos fundamentais sobre as florestas, sabe-se que a diversidade aumenta a capacidade dos ecossistemas de reter e conservar nutrientes. Em resumo, um ecossistema que se mantém produtivo graças a uma grande variedade de espécies é um ecossistema com menos chances de sucumbir.
SEGUNDO PLANO (a biodiversidade e as condições do meio ambiente): estima-se que haja no território brasileiro cerca de 20% do número total de espécies do planeta. Da fauna já foram descritas 524 espécies de mamíferos (131 endêmicos), 517 anfíbios (294 endêmicos), 1622 aves (191 endêmicos) e 468 répteis (172 endêmicos), além de 3 mil espécies de peixes de água doce e estima-se que haja de 10 a 15 milhões de espécies de insetos. Os números da biodiversidade vegetal também são impressionantes: por exemplo, se tomarmos as plantas com flor temos mais de 50.000 espécies, sendo que 17.500 são endêmicas.
Números assim raramente os países alcançam. Por isso o Brasil é considerado um país de megadiversidade juntamente com Colômbia, Venezuela, Peru, México, Indonésia, Austrália, Madagáscar, Filipinas, por exemplo. O que há de comum entre esses países? O que pode ser dito com relação às suas condições climáticas, ao estoque de água, a extensão territorial (se são continentais ou insulares), a posição latitudinal, por exemplo? Por que países como o Canadá, boa parte dos territórios da URSS, por exemplo, tem uma diversidade menor que o Brasil? Quais são as condições ambientais que favorecem mais a biodiversidade?
Um outro fator que chama a atenção na biodiversidade brasileira é a existência de muitas espécies endêmicas, quer dizer espécies que só existem em nosso território. Quais são os fatores responsáveis pelo endemismo? Que papel tem na existência de endemismo o fato de um território ser tropical, ou então de ser insular, como Madagáscar e Austrália? Que papel tem a ocorrência de maior ou menor troca gênica entre as espécies? Os fluxos de trocas gênicas (como a polinização, por exemplo) dependem da transposição de barreiras geográficas, com o detalhe de que o que pode ser uma barreira para uma espécie não á para outra. Os oceanos e mares são barreiras geográficas. E os rios, as altitudes, as condições climáticas podem também ser consideradas barreiras geográficas impeditivas às trocas gênicas? Sintetizando: por que o Brasil é um país de megadiversidade?
SEGUNDO PLANO (a biodiversidade e as condições do meio ambiente): estima-se que haja no território brasileiro cerca de 20% do número total de espécies do planeta. Da fauna já foram descritas 524 espécies de mamíferos (131 endêmicos), 517 anfíbios (294 endêmicos), 1622 aves (191 endêmicos) e 468 répteis (172 endêmicos), além de 3 mil espécies de peixes de água doce e estima-se que haja de 10 a 15 milhões de espécies de insetos. Os números da biodiversidade vegetal também são impressionantes: por exemplo, se tomarmos as plantas com flor temos mais de 50.000 espécies, sendo que 17.500 são endêmicas.
Números assim raramente os países alcançam. Por isso o Brasil é considerado um país de megadiversidade juntamente com Colômbia, Venezuela, Peru, México, Indonésia, Austrália, Madagáscar, Filipinas, por exemplo. O que há de comum entre esses países? O que pode ser dito com relação às suas condições climáticas, ao estoque de água, a extensão territorial (se são continentais ou insulares), a posição latitudinal, por exemplo? Por que países como o Canadá, boa parte dos territórios da URSS, por exemplo, tem uma diversidade menor que o Brasil? Quais são as condições ambientais que favorecem mais a biodiversidade?
Um outro fator que chama a atenção na biodiversidade brasileira é a existência de muitas espécies endêmicas, quer dizer espécies que só existem em nosso território. Quais são os fatores responsáveis pelo endemismo? Que papel tem na existência de endemismo o fato de um território ser tropical, ou então de ser insular, como Madagáscar e Austrália? Que papel tem a ocorrência de maior ou menor troca gênica entre as espécies? Os fluxos de trocas gênicas (como a polinização, por exemplo) dependem da transposição de barreiras geográficas, com o detalhe de que o que pode ser uma barreira para uma espécie não á para outra. Os oceanos e mares são barreiras geográficas. E os rios, as altitudes, as condições climáticas podem também ser consideradas barreiras geográficas impeditivas às trocas gênicas? Sintetizando: por que o Brasil é um país de megadiversidade?
Sugestão de dinâmica de discussão:
1. o grupo deve ser interdisciplinar, com a recomendação de que tenha um professor de geografia.
2. o (a) professor (a) de geografia pode orientar, no que for preciso, sobre as características geográficas comuns entre os países detentores de grande biodiversidade, utilizando mapas-múndi.
3. deve-se aproveitar do primeiro plano de discussão as relações entre a especiação e o meio ambiente, para agora mais concretamente relacionar a biodiversidade como condições climáticas (maior ou menor presença de água e de insolação), com formas de relevo, com as barreiras geográficas de uma maneira geral. Por exemplo: no livro de Warren Dean ao se referir à Mata Atlântica o autor mostra como certas condições ambientais favoreceram a biodiversidade daquela floresta...
1. o grupo deve ser interdisciplinar, com a recomendação de que tenha um professor de geografia.
2. o (a) professor (a) de geografia pode orientar, no que for preciso, sobre as características geográficas comuns entre os países detentores de grande biodiversidade, utilizando mapas-múndi.
3. deve-se aproveitar do primeiro plano de discussão as relações entre a especiação e o meio ambiente, para agora mais concretamente relacionar a biodiversidade como condições climáticas (maior ou menor presença de água e de insolação), com formas de relevo, com as barreiras geográficas de uma maneira geral. Por exemplo: no livro de Warren Dean ao se referir à Mata Atlântica o autor mostra como certas condições ambientais favoreceram a biodiversidade daquela floresta...
"Uma única copa de árvore pode abrigar mais de mil espécies de insetos e a Mata Atlântica como um todo pode ter abrigado um milhão delas, das quais apenas pequena porcentagem foi, ou será um dia, batizada pelos cientistas. Os ataques implacáveis de fungos e insetos que se alimentam de um único gênero ou espécie de planta eram particularmente fatais para espécimes agrupados; daí a dispersão reinante das espécies arbóreas. Uma abundância de espécies implicava que qualquer uma delas estaria representada em algum lugar da floresta por poucos indivíduos - todas as espécies eram, comparadas com as das florestas temperadas, espécies raras." (Warren Dean. A Ferro e Fogo: A história e a devastação da Mata Atlântica brasileira. São Paulo: Cia das Letras, 1996.)
4. fazer um rápido inventário em equipe do grau de biodiversidade existente na região dos participantes e as condições gerais de sua geografia física. Nesse inventário pode constar a relação do homem local e a biodiversidade existente: usa muito, usa pouco, valoriza, é indiferente, etc.
5. Por fim, uma rápida verificação se há conhecimento sobre alguma espécie endêmica na região, e por que ela seria endêmica, por que não “saiu dali”. Todas essas verificações e avaliações não precisam ser aprofundadas – deve-se usar o repertório dos professores – pois, elas são apenas exercício de observação com os conceitos que estão sendo trabalhados.
6. Preparar um pequeno relato em forma esquemática.7. Uma discussão produtiva nesse caso será que aquela que deixar marcado que os países tropicais, potencialmente, são aqueles que têm grande biodiversidade, porque suas características naturais facilitam a vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário