Jaime Oliva
O importante geógrafo brasileiro Milton Santos dizia que a difusão das novas formas de consumo é um dos principais fatores para explicar a Geografia atual dos lugares. Isso parece ter toda pertinência ao examinar-se o caso da cidade de São Paulo. A irradiação de um modelo de consumo mundializado deixou marcas evidentes no espaço interno dessa metrópole. As transformações lembram em alguma medida o modelo de urbanização de boa parte do território dos Estados Unidos, onde proliferam estabelecimentos comerciais de grande porte como shoppings centers, os hipermercados, por exemplo. No caso de São Paulo são notáveis as modificações espaciais que reestruturam a cidade a partir dos anos 1980. E uma parte significativa dessas modificações vincula-se aos novos meios e aos novos hábitos de consumo:
1. Alterações no sistema de abastecimento com a nova presença maciça de supermercados, shoppings centers, empresas transnacionais de fast-food (hambúrguer, pizza, etc.), parecem fazer parte da paisagem da cidade há muito tempo, mas são presenças recentes;
2. A aderência ao consumo como um meio de lazer, é algo que emana da força cultural (de marketing) desses novos estabelecimentos (em especial os shoppings). A bem humorada frase que diz que shopping center é a “praia do paulista” tem de fato uma força interpretativa sobre os novos espaços e os novos modos de vida dessa cidade. Pesquisas diversas mostram que muitos dos freqüentadores de shoppings vão a essas localidades, antes de tudo em busca de lazer. Trata-se de um lugar de consumo e um consumo do lugar;
3. O modelo de consumo implantado que faz parte da reestruturação de São Paulo, contribui para a implantação de outra ordem na circulação geográfica das pessoas e das mercadorias na cidade. Os grandes estabelecimentos comerciais procuram se localizar às margens das grandes avenidas, vias expressas e rodovias, mas quando isso não é possível localizam-se no interior do núcleo denso. O fundamental do acesso a esses locais se dá por meio do automóvel particular, logo as instalações desses negócios são cercadas por imensos estacionamentos. Eles polarizam uma boa parte do abastecimento dos segmentos sociais que possuem renda regular. Essas características combinadas resultam no aumento da circulação interna da cidade, o que vai resultar numa elevação de gastos com o sistema viário e uma ampliação dos congestionamentos, em todos os horários. Pode-se afirmar que uma parte expressiva da circulação diária nessa metrópole é uma circulação de consumo;
1. Alterações no sistema de abastecimento com a nova presença maciça de supermercados, shoppings centers, empresas transnacionais de fast-food (hambúrguer, pizza, etc.), parecem fazer parte da paisagem da cidade há muito tempo, mas são presenças recentes;
2. A aderência ao consumo como um meio de lazer, é algo que emana da força cultural (de marketing) desses novos estabelecimentos (em especial os shoppings). A bem humorada frase que diz que shopping center é a “praia do paulista” tem de fato uma força interpretativa sobre os novos espaços e os novos modos de vida dessa cidade. Pesquisas diversas mostram que muitos dos freqüentadores de shoppings vão a essas localidades, antes de tudo em busca de lazer. Trata-se de um lugar de consumo e um consumo do lugar;
3. O modelo de consumo implantado que faz parte da reestruturação de São Paulo, contribui para a implantação de outra ordem na circulação geográfica das pessoas e das mercadorias na cidade. Os grandes estabelecimentos comerciais procuram se localizar às margens das grandes avenidas, vias expressas e rodovias, mas quando isso não é possível localizam-se no interior do núcleo denso. O fundamental do acesso a esses locais se dá por meio do automóvel particular, logo as instalações desses negócios são cercadas por imensos estacionamentos. Eles polarizam uma boa parte do abastecimento dos segmentos sociais que possuem renda regular. Essas características combinadas resultam no aumento da circulação interna da cidade, o que vai resultar numa elevação de gastos com o sistema viário e uma ampliação dos congestionamentos, em todos os horários. Pode-se afirmar que uma parte expressiva da circulação diária nessa metrópole é uma circulação de consumo;
4. A descentralização provocada pela circulação de consumo em direção às novas localidades de abastecimento coincide com o declínio das antigas áreas centrais e bairros densos, que eram centros de comércio e serviços. Atualmente, nessas áreas circula a maioria pobre da população, que não possui automóveis, e concentra-se um comércio popular, para segmentos de baixa renda.
Assim, esse novo modelo de consumo, foi um dos elementos que promoveu a separação social que hoje é uma marca dramática da cidade.
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