sábado, 2 de maio de 2009

A cartografia geográfica e as cidades

Jaime Oliva

Uma lacuna indescupável na trajetória da Geografia e da Cartografia Geográfica (sim, nem toda Cartografia é geográfica, como muitos pensam) está expressa na negligência do tratamento dedicado às cidades e ao fenômeno urbano.
A Geografia e sua Cartografia não mapeava os espaços internos das cidades, reduzia-os a bolinhas pretas em mapas de outra escala, como o do Estado de São Paulo.
Os mapas da Geografia são dominantemente de escala geográfica regional (uma fixação da Geografia tradicional não superada no interior da renovação), nacional ou mundial, quer dizer, são mapas em que a maior parte da representação diz respeito aos vazios demográficos, já que, nessas escalas as cidades viram bolinhas.
Raramente se vê numa aula de Geografia, em Atlas geográficos escolares e nos livros didáticos mapas dos espaços internos das cidades.
A questão não é referente apenas aos mapas, pois, na Geografia, as cidades não despertaram a atenção que mereciam.
Os espaços humanos mais complexos, centros geradores e comandantes da economia e da cultura modernas, e espaços de moradia da maioria da população são negligenciados pela Geografia e pela Cartografia. Assim, nega-se aos estudantes o acesso direto às realidades geográficas que lhes são mais imediatas.

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