terça-feira, 25 de novembro de 2008

Turismo: o consumo do lugar

Jaime Oliva

Antes de tudo, o bem que se compra com a prática turista é o direito de visitação a um espaço. Por isso tornou-se comum dizer-se que o turismo é uma forma de consumo do espaço. Apesar de o turista estar em perfeita consonância com nosso mundo e com tudo que nele se criou (em especial a mobilidade), são fortes as contestações ao turismo e as suas práticas. Como diz um importante estudioso do assunto o turista é um nômade, seus espaços são temporários, mas ele precisa agir com cidadão de pleno direito, se apropriar daquele espaço, o que pode fazer com que o morador local não o veja com boa vontade. Além disso, o turismo é condenado porque destruiria o meio ambiente e porque sobrecarregaria os locais com excesso de gente. Tudo isso inviabilizaria o turismo sustentável. Seria o turismo um devorador do próprio recurso que lhe deu origem, por exemplo, de uma bela paisagem? Isso não poderia ter controle? Muitos dos críticos do turismo estranham um mundo que aumenta impressionantemente as relações entre pessoas de lugares distantes. Entendem o turismo como um destruidor das peculiaridades locais. A despeito das condenações a atividade continuará e se multiplicará. Isso parece muito evidente, em razão das condições de vida que o mundo moderno promove. Quanto a conter a degradação promovida pelo turismo é evidente que quanto menos um lugar for dependente do turismo menos risco ele correrá. Uma grande cidade suporta mais a multiplicação dos negócios turísticos que um lugar muito dependente do turismo que acaba não tendo força para controlar a degradação. E certamente, há o que controlar, há o que combater. Muitas situações são condenáveis, mas, elas não são suficientes para justificar a crítica intolerante ao turismo e ao turista.

Um comentário:

Mari disse...

Ajudou muito!Parabens pelo seu trabalho!